Um pouco do tanto...

"Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim?" (Carlos Drummond de Andrade)

Sunday, May 23, 2010

Quando o inverno chegar

Incrível como sofro constantes mutações. Um dia estou gorda demais para usar tal roupa, no outro sou uma tábua. Quando quero viver apenas de amor, lembro-me que necessito de outras habilidades para ser feliz.

Mais do que mudanças internas, percebo que a natureza também se transforma. As estações do ano exemplificam isso, pois todas trazem consigo suas características que se tornam tão peculiares e particulares a cada um de nós.

O verão traz mais do que o sol, mas também a vontade de ir a praia, os litros de sorvete de flocos, o luau com os amigos regado a música antiga e risadas.

Já a primavera é a estação baseada nas flores e encantos que são exalados por pequenos detalhes. Como a flor seca enconrada no diário antigo ou o cheiro de bolo quente que lembra a infância.

Enquanto o outono traz consigo o mistério. Folhas se vão, assim como tantas coisas em nossa vida. Mais do que a perda, ela ilustra o ciclo da vida. Afinal, perder também é uma forma de ganhar.

Mas para mim a estação mais fascinante certamente se encontra no inverno. Como se tivesse o dom de alterar o humor das pessoas, ele vem e traz consigo o cardápio mais apetitoso e gostoso do ano, repleto por sopas, fondues e chocolates. Além do vestuário ser mais caprichado, parece-me que as pessoas se tornam mais belas com suas botas, gorros, cachecóis e casacos. Dormir é mais gostoso e até assistir um filminho a base de muita pipoca se torna um programão.

O fato é que o inverno une as pessoas, mesmo que seja para elas ficarem mais aquecidas. E justamente por ser tão peculiar que esta estação remete a vontade de querer ficar pertinho, fazendo cafuné em frente a lareira. Por isso também se torna pano de fundo para um grande amor. Mas aí encontramos outra história...


"Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti..."

Sunday, May 16, 2010

A sorte de um amor tranquilo

Porque assim como Cazuza, eu também quero ter "a sorte de um amor tranquilo". Desses que te traz paz ao deitar na cama e que é motivo para se levantar, apesar de haver um longo dia de trabalho.

A sorte de encontrar alguém que entenda sua sensibilidade agregada a compulsão por chocolate quando está de tpm. Que admire seu trabalho, invés de se sentir inferiorizado porque você ganha mais.

Que compreenda um olhar invés de citar mil palavras, e que saiba que algumas declarações podem ser ditas em silêncio. Tem que saber se comportar no almoço de domingo em família, mas não precisa ser sempre bom moço. Deve ser ousado, mas não constrangedor.

Não deve esquecer a delicadeza de pequenos detalhes, mas isso não pode tornar-se bobo, nem cômodo. Tem que trazer flores em um dia qualquer, sem jamais esquecer das datas importantes. Todos gostamos de elogios, mas não faça deles um método clichê de pedir desculpas.

Espontaneidade é essencial para manter vivo o amor. Se não gostou da roupa, fale. Se quer ficar em casa jogando video game, diga que não quer sair. Mesmo que o outro fique emputecido no momento, a sinceridade é a chave para um relacionamento saudável.

Um amor tranquilo não exige você concordar plenamente com a outra pessoa, pois o questionamento é essencial para completá-la, é assim que agregamos conhecimento ao outro. Que seja essencial também a confiança. Nada de fuçar o celular ou questionar onde foi sexta a noite.

A individualidade é tão importante quanto o amor para um relacionamento dar certo. Cada um deve ter seu circulo de amigos e atividades individuais. Isso não significa que vocês não se completam, mas que entendem o espaço do outro. Além daquela saudade que sempre favorece o reencontro.

Que não seja apenas amável, que acima de tudo me ame.

A sorte de um amor tranquilo encontra-se na sorte de se deixar amar.
Pois que venha o amor...



Tudo muda

Nesses últimos meses recebi diversos recados de incentivo para voltar a escrever por aqui. Confesso que muitas vezes cogitei essa hipótese, já que histórias e temas não faltam, mas aquela idéia de "dar prioridade a prioridade" em meio a tantos compromissos, sempre me esquivou daqui.

Quando o criei há 4 anos atrás, havia uma Natália repleta de idéias, sonhos e paixões. Esses com o tempo foram dilacerados ou simplesmente ganharam outro tom. Natural que seja assim, afinal como uma autora a qual eu me identifico muito diz "só o que está morto não muda*".

Pois é, tudo muda...

A futura jornalista tornou-se uma radialista focada em educação a distância. Diversos amigos se foram através do tempo, outros tantos se achegaram e conquistaram o respeito e a lealdade. O cabelo mudou, as roupas foram doadas e outras entraram em seu lugar. Novas musicas, filmes e livros foram englobados, assim como risadas e choros, ganhos e perdas, alegrias e decepções.

Compreendi que traçar o futuro, como querer casar e ter um casal de filhos, não significa necessáriamente ter controle sobre ele. Os sonhos são escupidos segundo a nossa realidade, por isso sempre que necessário precisamos remoldá-los. Contudo, compreender que essas mudanças fazem parte de um crescimento natural é conseguir se beneficiar de certas características que são essenciais para a maturidade. Assim como ser mais flexível com pessoas que divergem de sua opinião, ter mais paciência e bom-humor no trânsito e também nas diversas ciscunstâncias de nosso dia-a-dia.

Muitas vezes as coisas não saem como gostaríamos. Você pode perceber que o príncipe encantado era um ordinário, ou querer mudar de profissão no meio da faculdade ou ainda perder o contato daquele amigo que te fazia tão bem. Mas quem disse que as coisas não podem ser melhores do que havíamos planejado? Afinal, ela pode te trazer um novo amor, com mais gosto, mais aventuras. Assim como pode te levar para um novo caminho profissional e te oferecer amizades que você nunca esperaria.

O fato é que a vida sempre nos surpreende. Encarar que mudar faz parte de viver é essencial para aproveitar tudo que ela nos permite aprender!

* Clarice Lispector