Um pouco do tanto...

"Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim?" (Carlos Drummond de Andrade)

Friday, November 25, 2011

Relembrar é viver

Vejo tantos por ai ocultando seu passado, escondendo suas feridas. Logo penso: Por que olvidar momentos, histórias, choros e risadas que nos fizeram construir o hoje?

Olhar para trás está além de relembrar momentos do passado. Você sente o perfume naquela blusa antiga,  o gosto do bolo de cenoura da sua vó, o frio na barriga daquele encontro especial, sente o orgulho de mais uma singela vitória: sua formatura.
Fica aquele choro engasgado na garganta ao lembrar de tantos momentos.

Você aprendeu que um amor dito eterno passou, depois veio mais um, mais um... E todos se foram com a mesma sutileza em que chegaram. Você chorou, emagreceu, se trancou, mas passou. Eles trouxeram a maturidade de entender que amor está além de simplesmente amar, pois exige companherismo, fidelidade, amizade e paciência.

Você teve que aprender a dizer adeus a pessoas especiais. Concluiu que o futuro é incerto demais para deixar sua vontade para amanhã. O tempo é curto e o amanhã talvez nunca chegue. Perder alguém para a morte é simplesmente postergar um encontro que algum dia acontecerá.

Você compreendeu que deve valorizar quem realmente se importa contigo. Família é o bem mais precioso que temos. Amigos verdadeiros sempre estão ao seu lado, mesmo que o tempo passe e o contato fique escasso você sabe que ali tem alguém que pode contar em todos os momentos.

Olhar para trás nos faz refletir momentos tristes, alegres, fúteis e emocionantes. Claro, cada um com sua pecularidade de detalhes, mas todos com momentos que enchem os olhos de lágrimas.
E é justamente esse olhar saudosista que me faz agradecer por tudo que passei, pois foram esses momentos que me fizeram ser a mulher de hoje.

Se há maturidade, paciência e delicadeza em olhar a vida é justamente porque algo do meu passado se reflete em mim assim.
Por isso, devo agradecer a cada um que deixou um pedacinho marcado na minha história.

Afinal, relembrar também é uma deliciosa forma de se viver!


Saudações,
Natália Casanova

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