Um pouco do tanto...

"Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim?" (Carlos Drummond de Andrade)

Wednesday, June 20, 2012

15 anos

Então, ela volta a ouvir Nenhum de Nós só para sentir o gostinho da felicidade aos 15 anos.
Recordou-se da pureza no olhar, das amigas inseparáveis, daquele professor horrível de matemática, da pele sem marcas nem manchas, da dúvida de se vestir como menina ou como mulher.
Lembrou, por fim, que é tão fácil ser feliz, mas que os adultos insistem em buscar muletas e, por isso, acabam não vivendo a plena felicidade.

Só assim se deu conta que o tempo tinha passado e que, por isso, seria impossível ser a mesma de anos atrás.
O primeiro amor passou, poucos amigos restaram, o problema deixou de ser aquela prova de matemática para envolver outras responsabilidades que o "mundo adulto" te indica a seguir.

Mas a verdade é que lá no fundinho, tudo que ela mais queria era voltar para aquele tempo onde depois do almoço você podia ficar deitado vendo televisão e, onde o príncipe encantado existia (mesmo que fosse só na imaginação).
Um tempo em que você queria crescer rápido só para não ter que dar satisfação da vida ou, então, pela simples liberdade de poder beber, dirigir e ser dono do próprio nariz. Suspirou e concluiu "quanta tolice!"

Lembrou que seus 15 anos foi a época das descobertas, de pedir dinheiro para mãe, de dormir na casa da sua melhor amiga, de se entregar de corpo e alma, mesmo sabendo que a eternidade de um momento dura, muitas vezes, pouco tempo.

Ah... Mas se ela pudesse voltar atrás faria tudo tão diferente e ao mesmo tempo tão igual. Mudaria tantas atitudes, mas aproveitaria cada dia, cada momento da mesma forma.

Por fim, concluiu que Nenhum de Nós continua sendo uma de suas bandas preferidas. Que o tempo pode levar e mudar muita coisa, porém tantas outras estarão eternizadas em seu coração.

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