Um pouco do tanto...

"Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim?" (Carlos Drummond de Andrade)

Wednesday, April 18, 2007

Indignação (Caso Priscila Aprígio)

Ainda ontem estava vagando pela pluralidade de canais abertos da minha TV, enquanto aguardava um telefonema. Dentre tantas futilidades, despertou-me interesse o programa SuperPop, apresentado pela ex-modelo Luciana Gimenez, que tem como estratégia fazer polêmicas mediante a celebridades.

Nele acontecia uma entrevista com Priscila Aprígio, a menina que há pouco tempo (28/02) fora atingida por uma bala perdida na capital paulistana. Contudo, o que mais deteve a minha atenção foi a maturidade e determinação de uma pré-adolescente consciente do seu estado e exigente do seu direito.

Sua veracidade otimizada contagiou a todos, inclusive a apresentadora que inúmeras vezes se emocionou com o caso. Para mim, a imparcialidade e infeliz pluralidade deste tipo de caso é o que o torna apenas mais um perante a estatística.

A revolta maior é saber que uma menina de 13 anos já tem que encarar a vida e seus problemas com muita crueldade. A mesma afirma ser difícil viver na dependência dos outros. Além de ter abandonado os estudos, já que está morando provisoriamente em um flat, e não há condições físicas nem financeiras para prosseguir com sua vida acadêmica, ela teve que passar por 4 cirurgias, e mesmo assim o diagnostico não pode ser revertido; estava paraplégica.

Penso na Priscila, mas também em tantas outras pessoas que sofrem com casos semelhantes. Quando se trata de bala perdida sempre há o sensacionalismo, porém ainda não há a uma solução concreta perante as conseqüências deste ato. Afinal, quem irá se responsabilizar pelos danos físicos e psicológicos desta menina?


Logo nem me zanguei pelo telefone não tocar, pois a injustiça que tomava conta da minha mente me fez pensar o por quê reclamar de futilidades. Lembrei-me que este é o futuro da nossa nação, que está em uma busca aflita de um socorro que não vem.

10 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Néé..concordo natao.

e lembrei de uma frase mto boa q li uma vez: uma morte é uma tragédia, milhares são apenas uma estatística.

nao foi morte mas vc me entende...rs
eh mta frieza.

bjosss

3:29 PM  
Blogger carla cursino said...

O sensacionalismo é o que mais me incomoda no jornalismo. Sou estudante de jornalismo, vivo essa rotina todos os dias. Aqueles ideais de imparcialidade, neutralidade e objetividade são impossíveis, pois somos todos subjetivos. Contudo, o sensacionalismo pode e deve ser evitado. Ele é a marca de que o Jornalismo tornou-se um produto.

O caso dessa moça é mesmo triste. Todavia, a mídia trata como um espetáculo. Isso está errado.

Ótimo blog!!

4:23 PM  
Blogger Walter Carrilho said...

Aposto como a Gimenez disse "Puxa, bala perdida é complicado, né, gente?"

abs

3:54 AM  
Blogger Luan Iglesias said...

Achar solução e responsáveis?

Tá brincando!?

Isso não existe por aqui.

bjs. ;)

11:31 AM  
Anonymous Anonymous said...

logo após ela ser baleada ouvi pessoas dizendo que ela estava encarando tudo numa boa porque ainda não tinha tido a dimensão do que havia acontecido com ela, que isso só ia acontecer após ela sair do hospital. Acho bacana, então, saber que ela continua com uma atitude positiva e determinada diante das coisas. Eu não seria nada positivo nem determinado.

11:28 PM  
Anonymous Anonymous said...

aliás, digitei meu nome errado... que absurdo...

11:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Parabéns! Você retratou fielmente a forma como a imprensa e a sociedade enxergam esses casos, que infelizmente persistem em nosso Brasil.

Ótimo blog!

4:23 PM  
Anonymous Anonymous said...

O super pop é irritante com o seu sensacionalismo, mas muitas vezes levanta questões polêmicas que fazem a gente refletir um pouco sobre o mundo em que a gente vive, a maneira que a gente leva a vida.

Podemos ver muita coisa inteligente ali, só difícil não ficar irritada com a Gimenez e a maneira que eles enrolam no programa.

Fico sentida pela tragédia que esta garota sofreu.

Muito triste a fatalidade e a revolta realmente nos domina em pensar que não temos como punir os culpados.

8:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

EU AMO O IGOR

6:55 AM  
Blogger Vitor Bustamante said...

Olá, Natália! Hoje é aniversário da Priscila e a situação já é outra. Fiz uma pesquisa sobre ela, ela está muito bem e sendo exemplo. Escrevi um post no blog da tvpuc e gostaria que você visse, a história tem um final mais feliz do que seria previsto. Também agradeço pelo seu texto dentre tantos que me ajudaram a conhecer a história dessa menina que se torna símbolo de luta e esperança! Obrigado.
http://tv.pucsp.br/colab/2008/06/09/priscila-aprigio/

9:35 AM  

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