Um pouco do tanto...

"Se de tudo fica um pouco, mas por que não ficaria um pouco de mim?" (Carlos Drummond de Andrade)

Monday, July 10, 2006

De tudo, a Náusea

Depois de tudo que acontecera, ela só queria sair de casa e correr pela rua, sem rumo, sem constrangimento. Talvez parar em um bar e encher a cara pela primeira vez, certamente a ressaca não seria pior do que a dor que estava sentindo, quem sabe quisesse ir para casa de algum amigo desabafar ou apenas ficar zanzando sem destino e pensando em tudo que tinha visto e ouvido.

Seu maior desejo era se teletransportar para outra galáxia, tá bom, poderia ser para outro país, estado, cidade, até mesmo casa. Apenas queria sair daquele lugar em que, um dia fora feliz, mas que agora lhe dava náuseas. A janela, o tapete desbotado, a parede esverdeada, o quadro recém-comprado, cada canto lembrava palavras, gestos, cuidados, que agora eram inúteis, pensando bem se tornaram patéticos.

Passou pela memória, como em flash back, tantos momentos; os presentes, as noites mal dormidas, conversas jogadas foras, choros, risadas, muitas vezes choros com risadas. Pensou até onde fora feliz e até onde fingiu ser. Onde acabará a vida e começara a encenação.

Ali se questionou por horas, mesmo sabendo que não haveria respostas concretas.
Concluiu que estava frígida. Que daquela situação não levava raiva, ódio, rancor, muito menos amor. De tudo que viveu, apenas restou a náusea.

Permaneceu a vontade de sair correndo pela rua, mas esteve ali, intacta.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

nossa Nat

q palavras fortes....



não sei o q falar =X

bjo

8:02 AM  
Anonymous Anonymous said...

=P revolta ein =P mas legal o texto =P rsrsrsrs... bjaum e boa segunda metade das ferias

11:52 AM  
Blogger Natália said...

Fernando Pessoa gente...





Estive lendo muito F.Pessoa...

11:53 AM  
Anonymous Anonymous said...

Greets to the webmaster of this wonderful site. Keep working. Thank you.
»

1:31 PM  

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